segunda-feira, 13 de julho de 2015

Alimentação complementar



O QUE OFERECER?

O balanceamento nutricional consiste em verificar se a alimentação infantil contém todos os nutrientes básicos (energia, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais) e se a quantidade de cada um deles está adequada.
Recomenda-se introduzir os novos alimentos gradualmente, um de cada vez, a cada 3 a 7 dias. É muito comum a criança rejeitar novos alimentos, não devendo este fato ser interpretado como uma aversão permanente da criança ao alimento. Em média, a criança precisa ser exposta a um novo alimento de 8 a 10 vezes em diversas formas de preparação, para que o aceite bem.
Proteínas: São matérias-primas para a multiplicação de células e para o crescimento da criança. São construtores constituintes dos músculos, vísceras, ossos, pele, células do sangue, enzimas, anticorpos, hormônios. Entretanto, atingir as recomendações de proteínas para a criança é algo muito fácil.
Fontes:
Origem animal: Carnes (boi e frango), Miúdos (fígado bovino e de aves), leite e derivados  (queijo, coalhada, iogurte, requeijão...). E após os 8 meses pode-se acrescentar o ovo e após os 12 meses pode-se acrescentar o peixe. A carne suína pode ser acrescentada, porém com cautela, pois são ricas em gorduras saturadas.
Origem vegetal: Feijão, Lentilha, ervilha, soja, grão-de-bico.
Carboidratos: São os principais fornecedores de energia a ser utilizado pelo organismo da criança nos processos de crescimento, desenvolvimento e ainda para suas atividades diárias. A aceitação da criança pelo carboidrato é muito boa e estes devem ser à base de sua alimentação da criança. São encontrados em: arroz, macarrão, batata, mandioca, cará, pães, mandioquinha, bolachas, cereais matinais, farinhas, etc.
Gorduras: É uma forma secundária de energia para a criança. Apresentam um processo digestivo e absortivo mais lento e difícil. Portanto não se deve exagerar nas quantidades de gorduras a serem oferecidas para a criança. As melhores fontes de gordura estão nos óleos vegetais, azeite de oliva. É importante também evitar o excesso de gordura saturada e frituras, visando se precaver do aumento dos níveis de colesterol na infância.
Vitaminas e Minerais
Existe uma grande variedade de vitaminas e minerais; sendo que cada um deles desempenha uma função importante para o organismo da criança.  Exemplo de algumas vitaminas:
Vitamina A: Participa intensamente do crescimento, integridade da pele, visão e ainda aumenta resistência contra doenças infecciosas. As principais fontes são: vegetais amarelo-alaranjados (cenoura, abóbora, mamão, manga, etc.), vegetais verde-escuros (couve, espinafre, etc.), fígado, manteiga, leite integral e gema de ovo.
Vitamina C: É importante para regular o organismo e protegê-lo contra infecções. As melhores fontes são: frutas cítricas (laranja, limão, etc.), acerola, caju, goiaba, abacaxi, couve, espinafre, tomate, etc.
Cálcio: É fundamental para formação dos ossos, dentes e para a contração muscular. As principais fontes são: laticínios (leite, iogurte, queijos), brócolis, feijão, peixes e nozes.
Ferro: É importante para a formação das células vermelhas do sangue e previne a anemia. Boas fontes de ferro são: fígado, carnes vermelhas, gema de ovo, folhas verde-escuras, feijão, etc.
Entretanto, vale dizer que o ferro de origem animal (carnes) é muito melhor absorvido pelo organismo do que o de origem vegetal.
Sal:seu consumo naturalmente se eleva durante o desmame, porém deve ser controlado devido à limitada capacidade de concentração renal e também para não surgirem hábitos alimentares inadequados.
Água: a demanda hídrica eleva-se com o aumento do consumo de sódio. A água deve ser oferecida com frequência a criança, visando à manutenção hidroeletrolítico.

Alimentos que Devem ser Evitadas ou Contraindicados durante o 1º ano de vida

• Os de difícil mastigação e digestão: alimentos crus, frituras, linguiça, milho integral, feijão com casca, etc.;
• Os que oferecem risco de engasgos e asfixia: batata frita, frutas com semente, pipoca, etc.
Peixes e mariscos: são considerados alergênicos, portanto devem ter sua introdução retardada, de preferência, para o 2º ano de vida. Porém pode ser dado após o 1º ano!
Estar atendo a procedência devido ao risco de contaminação por metais pesados, principal mente mercúrio.
Chocolate e bebidas achocolatadas: são contraindicados devido ao risco de alergia e também interferência na absorção de minerais.
Mel: tem  implicado como única fonte alimentar que esporos de Clostridium botulinum, durante o primeiro ano de vida pode ocasionar botulismo devido às condições apropriadas no intestina da criança para sua germinação e produção de toxina.
Açúcar: limitar ao máximo sua ingestão. Doces e guloseimas são desaconselhados pois contem alto teor de açúcar - caloria vazia—alimenta sem nutrir.
Alimentos industrializados: são contraindicados devido aos seus aditivos alimentares (corantes, conservantes, estabilizantes, espessantes, etc.) que podem concorrer para intolerâncias e reações alérgicas, reações tóxicas entre outras.
Alimentos enlatados: podem estar contaminados por chumbo e representar risco para o lactante, podendo gerar intoxicação aguda pelo efeito cumulativo.
Chá: pode saciar a criança, principalmente  quando  adoçado, comprometendo seu apetite para o de leite e também perturbar o reflexo de sucção, diminuindo seu interesse pela amamentação. Alguns chás como o chá preto e mate, contem tanino e polifenóis de alto peso molecular, que interferem na absorção de ferro.
Café: não oferece contribuição nutricional e contem cafeína que age como estimulante podendo levar a irritabilidade na criança.

Sucos artificiais: calorias vazias. Não oferecem nada além de açúcar, essências, corantes artificiais.
Refrigerantes: contraindicados, pois além de não terem nada a contribuir em termos nutricionais, contem polifenóis, que diminuem a absorção do ferro não heme e favorecem a formação de hábitos alimentares inadequados .
Alimentos a base de trigo: possibilidade de desenvolver intolerância ao glúten - sua introdução deve ser retardada o máximo possível (nunca antes dos 6 meses).

Como montar um prato adequado após os 6 meses?
Simples comece utilizando um componente de cada grupo alimentar:
1 Cereal—Ex.: Arroz, fubá, quinoa, aveia, milho, macarrão...
1 Carne macia bovina ou ave, fígado de galinha ou bovino.
1 Legumes—Ex.: Cenoura, abobrinha, chuchu, vagem, abóbora...
1 Tubérculo — Ex.:   Batata, batata-doce, inhame, cara, mandioca, mandioquinha salsa...
1 Verdura—Ex.: Escarola, alface, acelga, agrião, brócolis, couve-flor...
1 Leguminosa—Ex.: Feijão (sem casca no inicio), lentilha, ervilha, grão de bico, soja...
Temperos: Sal, alho e cebola (todos em pequena quantidade, se for possível não adicione sal).
           
Importante!
Não deixe sua criança trocar as refeições principais pelo leite materno ou outro leite.
O leite deve ser oferecido em períodos contrários ao das refeições!

Sempre observar a tolerância e aceitação da criança. Observar alergias, enjoos ou vômitos ao ingerir algum alimento!

Sempre que surgir dúvidas consulte a nutricionista ou pediatra!


Adriana Madeira 
Nutricionista
CRN3: 36565
Pós Graduada em Nutrição Clínica

Nenhum comentário:

Postar um comentário