sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Quando matricular meu filho num curso de inglês?

Sou professora de inglês desde 2007, formada em Letras e especialista em Docência da Língua Inglesa e estou aqui, convidada pela Ana Paula Marques, para partilhar algumas reflexões importantes quanto à educação dos filhos.

Ainda não sou mãe, mas pela minha formação e profissão, já cheguei a algumas conclusões quanto ao ensino de inglês para crianças e adolescentes. Abordar esse assunto de forma profunda requereria vários outros textos, focando uma vertente por vez, por isso, abordarei aqui algumas linhas gerais, de forma simples, as quais já podem dar uma luz para os pais que não possuem nenhuma informação sobre o assunto.

É possível aprender inglês de forma sistemática de algumas maneiras: com um professor particular, numa escola de idiomas, numa escola bilíngue ou nas aulas de inglês da escola regular.  Há também as maneiras não sistemáticas, como assistir programas de TV em inglês, ouvir músicas e jogar vídeo games. Aprender a língua nas aulas de inglês da escola regular é a maneira mais barata, mas também a menos eficiente. Nas escolas públicas, os alunos já possuem essa disciplina no sexto ano (antiga quinta série), mas são uma ou duas aulas por semana, como foco na leitura e interpretação de textos.

Essa é a mesma abordagem das escolas particulares. Contratar um professor particular sai mais barato que matricular a criança numa escola de idiomas. Além disso, há o conforto de escolher onde e com que frequência as aulas acontecerão. Estrutura e materiais diversificados para explorar as diferentes habilidades da criança tornam o aprendizado mais divertido e contribuem no desenvolvimento psicomotor da mesma, contudo, nem sempre o local onde o professor dá as aulas conta com isso.

Por haver interação somente entre o professor e a criança, a experiência pode acabar sendo desestimulante, pois a aprendizagem ocorre por meio da interação com os outros, sendo que, nesse caso, apenas haveria uma pessoa além da criança.As escolas de idiomas, por sua vez, possuem cursos, em geral, para pessoas a partir dos quatro anos de idade. O material didático é voltado não apenas para o aprendizado da língua inglesa, mas também para o desenvolvimento psicomotor e o de boas maneiras. Tenha em mente que quanto mais cedo você matricular seu filho numa escola de idiomas, mais tempo o curso vai durar e, consequentemente, mais dinheiro você vai gastar.

A criança que começa a estudar numa escola de idiomas bem cedo aprende muito mais vocabulário que aqueles que já entram no curso para adolescentes e adultos, em geral, oferecido para pessoas a partir dos doze de idade. Além disso, ela tem a pronúncia e a fluência mais acuradas. No entanto, como os cursos de idiomas não podem se antepor ao aprendizado da língua materna, ou seja, da língua que a criança fala no seu país de origem, a criança vai rever o mesmo assunto diversas vezes ao longo dos diferentes níveis, mas sempre aprofundando mais o uso daquilo que está sendo abordado. Dependendo da personalidade da criança e da forma como os pais/responsáveis e o professor lidam com a situação, a criança vai se sentindo desestimulada, porque ela não aguenta mais trabalhar o mesmo assunto, ou ir para a aula de inglês.

Finalmente, existem as escolas bilíngues, onde as crianças cursam o ensino fundamental com as disciplinas matemática, português, história, geografia, educação física etc num ambiente que trabalha português e inglês de forma natural, como se a criança estivesse de fato estudando numa escola de um país que fala inglês. Essas escolas possuem excelente infraestrutura, entretanto, o custo para os pais é altíssimo.Após esse breve panorama das opções disponíveis para quem quer matricular seu filho num curso de inglês, gostaria de resaltar o mais importante: é essencial que seu filho já tenha concluído o curso de inglês antes de entrar na faculdade, ou seja, ao final do terceiro ano, ele precisa estar concluindo ou já ter concluído o curso de inglês.

Para os vestibulares das universidades públicas ou ENEM, o inglês será exigido. Se seu filho não for estudar numa universidade pública, provavelmente ele ingressará num curso superior privado após o ensino médio e, paralelamente, irá trabalhar ou fazer estágio. O domínio da língua inglesa lhe abrirá mais portas, tanto no âmbito acadêmico (como a possibilidade de publicar artigos científicos em revistas internacionais sem ter que pagar um tradutor ou cursar parte da graduação no exterior), quanto no profissional (cargos que exigem interação com clientes ou unidades da empresa no exterior, viagens de treinamento ou expansão empresarial para o exterior, por exemplo).

Além disso, estudar numa universidade pública brasileira ou trabalhar/fazer estágio e estudar numa universidade particular são atividades que consomem muito tempo. Se forem desenvolvidas paralelamente ao curso de inglês, irão prejudicar o aprendizado da língua.Por fim, conhecer a estrutura e proposta pedagógica de diferentes locais é o que vai dar mais segurança no momento da escolha.

Agradeço o convite da Ana Paula e convido você, leitor, a conhecer um pouco mais sobre os assuntos que abordo, incluindo o ensino de idiomas, no meu blog http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/. 

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